quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Processos Colaborativos

Li um artigo no Le Monde Diplomatique sobre o Paradigma da Colaboração. A princípio, minha ignorância cultural (tsc, tsc, tsc) não permitiu uma compreensão correta do texto. Mas, após uma melhor reflexão, percebi que não se tratava de um tipo específico de processo colaborativo. Para mim, vai além dos processos estruturados e corporativistas de instituições privadas e discursos prontos no mundo dos negócios. A colaboração está presente no dia-a-dia, no mais simples contato e relação com os outros. Basta fazermos dela um ato positivo e que traduza o seu real significado: cooperação, ajuda, trabalho em comum.

Destaquei alguns trechos relevantes deste paradigma e que considero mais interessantes:
(...)
O mundo, naturalmente, não é um mar de rosas, e tende a predominar a esperteza burra de quem vê nos processos colaborativos uma oportunidade de aumentar as suas próprias vantagens: a colaboração, para esta gente, consiste em fazer com que os outros colaborem para os seus lucros. A visão da luta pela sobrevivência do mais apto está sem dúvida generalizada. Impregna a escola com as suas lutas pelo primeiro lugar ou a melhor nota, a competição pela sobrevivência que representa o vestibular, aparece em cada programa de televisão. A idéia é “vencer” os outros, ainda que a batalha seja fútil, e os resultados ruins para todos.
(...)

Hoje sem dúvida as grandes empresas de medicamentos têm entre elas arranjos colaborativos que lhe permitem realizar lucros fabulosos, ao restringirem acesso à livre fabricação de medicamentos, o que por sua vez permite elevar os preços. Os banqueiros no Brasil colaboram intensamente na manutenção de um sistema de restrição ao crédito, de juros elevados e de tarifas caríssimas, o que lhes permite drenar grande parte da riqueza produzida pela sociedade, sem precisar contribuir para produzí-la. Os grandes grupos da mídia colaboram com as grandes empresas que compram espaço publicitário, e adaptam o conteúdo da informação aos interesses empresariais. Os exemplos não faltam deste tipo de círculos fechados em torno de interesses minoritários.

Nem é preciso traçar mais comentários ...

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