segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Dia Nacional do Livro

Essa é uma das minhas grandes paixões: livros. Se pudesse, teria alguns exemplares dispostos em estantes construídas sob medida. Mas, por enquanto, só em sonho...
O hábito da leitura deve mesmo ser cultivado na infância, e com o passar do anos a tendência é crescer. Não importa o gosto literário. É indiscutível. O importante é manter a mente sempre aberta e as "idéias" organizadas.
Vasculhando o assunto na web, encontrei uma pesquisa patrocinada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). A conclusão sobre a pesquisa que retrata as Vendas do Setor Editorial é de que "no Brasil a venda de livros é instável", ou seja, depende do nosso bolso: "Se a economia vai mal, o livro é o primeiro a sair da lista de compras". Mas, para a maioria dos brasileiros, o livro nem entra na lista de compras. Aí, fica a pergunta: por que o livro no Brasil custa tão caro?
Conforme notícia divulgada pelo Ministério da Cultura "O alto preço dos livros no Brasil e o desaparelhamento das bibliotecas públicas estão entre as principais razões para que o índice de leitura no país seja de 1,8 livro por pessoa ao ano".
Outro aspecto a ser considerado: há poucas bibliotecas espalhadas no país. Já que esse é o recurso para quem não pode comprar um exemplar "novinho em folha".
Há ainda outra opção. Aqueles que podem pagar um pouquinho menos, recorrem aos sebos virtuais ou não. Eu já utilizei este serviço e aprovo. Por enquanto, apenas para livros acadêmicos e de semelhante gênero.
Bom, o fato é que se um dia eu terei mesmo um cômodo arejado, bem iluminado (naturalmente) da casa (falta essa também) só para leitura, com grandes estantes e recheadas de bons livros, eu não sei. Mas, contento-me com o pouco que tenho e o que busco fuçando aqui e ali. E torço para que o Brasil deixe de fazer parte da estatística mundial de analfabetismo funcional, que hoje representa 26% da população.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Dia Mundial da Alimentação

Tenho aprendido um pouco sobre as datas comemorativas. Geralmente, só me recordo daquelas mais populares e muitas são novidades para mim. Talvez, porque inconscientemente eu classifique essas datas por grau de importância.

Bom, mesmo que ainda não possa ser comemorado com números positivos, o Dia Mundial da Alimentação é celebrado para alertar e conscientizar a opinião pública sobre alimentação e nutrição em todo mundo. De acordo com a ONU a alimentação é um "direito humano fundamental", e que até 2015 os 191 Estados-Membros assumiram o compromisso de "erradicar a extrema pobreza e a fome". No entanto, cerca de 854 Milhões de crianças, homens e mulheres ainda vão para a cama de estômago vazio, e, cerca de 14% da população mundial sofre de fome ou insegurança alimentar (termo utilizado para caracterizar a falta de acesso a alimentos suficientes para a vida, a subsistência e a saúde).
Os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio não podem ser esquecidos e cada um de nós pode fazer algo para ajudar a atingir as metas definidas.

Valorização do Professor

No dia 15 de Outubro é comemorado, no Brasil, o dia do Professor. No dia 05 de Outubro foi celebrado pela UNESCO, em Paris, o Dia Mundial do Professor 2007. Neste evento foi destacado o papel central do professor na promoção de uma educação de qualidade para todas as crianças. Também foi apresentado um estudo sobre os salários pagos aos docentes dos 19 países participantes do WEI (World Education Indicators), além de outros países da OECD (Organisation for Economic Co-Operation and Development), e os resultados não surpreendem.
O que todos nós já sabemos é que, no Brasil, o Professor é mal remunerado. Apenas para
exemplificar essa disparidade, um professor de Educação Primária em início de carreira no Brasil recebe em média metade do que recebe um professor na Argentina, três vezes menos que um professor no México e seis vezes menos que um professor na Espanha.
Semprei acreditei que o Professor é um profissional importantíssimo na formação do indivíduo. Eu tive a "sorte" de ter encontrado grandes professores, mesmo estudando em escola pública até o 2º grau. Essa valorização e respeito ao profissional teve início na minha família, pois tenho tio, tia, primos e outros parentes que atuam ou já atuaram em salas de aula.
Gostaria que houvesse mais atenção aos problemas enfrentados pelos educadores em nosso país. Não seria possível enumerá-los. Teria que desdobrar o assunto e abriria novos posts.
Mas, desejaria mesmo que estes magnânimos profissionais tivessem uma merecida remuneração, melhores condições de trabalho e conseqüentemente contribuíssem para uma melhoria da qualidade de ensino no país.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

CPMF

Contribuo Para Mafabé Ficar

Dificilmente eu me envolvo em discussão sobre a política brasileira. Vários acontecimentos explicáveis e inexplicáveis em torno de nossos representantes estadistas deixam-nos estarrecidos. Se eu ainda posso utilizar meios para expressar indignação e consternação, o que dizer de muitos brasileiros que mal sabem que têm direitos e podem protestar?
Dizem que o dinheiro traz a discórdia, mas eu digo mais: o poder é nefasto. Se essa minoria usa e abusa do poder que lhes foi atribuído, seguem impunes e amparados por leis obscuras, o que "nós" podemos fazer? Eu sei o que "eu" posso fazer. Já o fiz em duas eleições passadas: optei pelo voto nulo. Radical demais? Para mim, não. Você é quem decide, não podem decidir por você! Votar é direito do cidadão e erroneamente, no Brasil, o voto é obrigação!
Não vou citar aqui "esse" ou "aquele" deputado que votou a favor e contra a CPMF no 2º turno. Para quem é favorável ao imposto e enaltece o seu candidato, não faz diferença.
É preciso modificar o dicionário da língua portuguesa e dar novo sentido à palavra "provisório". No Brasil, hoje, é sinônimo de deixa-rolar-mais-tempo-porque-no-meu-ninguém-mexe.
Brincadeiras à parte, o assunto é muito sério. Basta ligar a TV e a todo instante nos telejornais vemos o descaso com a saúde pública, o abandono, o desrespeito à vida humana. Por que não vemos demonstrativos financeiros do uso do montante obtido com a CPMF? Onde está o investimento na saúde? Por que, em todo o Brasil, impera o caos nos hospitais? Sabemos que há muita coisa que nem mesmo é divulgada. Até quando o povo ainda vai aceitar a indiferença? E ainda dizem que nossa economia e outros setores nunca - na história deste país - estiveram tão bem.
Ainda tem gente que acredita...

Processos Colaborativos

Li um artigo no Le Monde Diplomatique sobre o Paradigma da Colaboração. A princípio, minha ignorância cultural (tsc, tsc, tsc) não permitiu uma compreensão correta do texto. Mas, após uma melhor reflexão, percebi que não se tratava de um tipo específico de processo colaborativo. Para mim, vai além dos processos estruturados e corporativistas de instituições privadas e discursos prontos no mundo dos negócios. A colaboração está presente no dia-a-dia, no mais simples contato e relação com os outros. Basta fazermos dela um ato positivo e que traduza o seu real significado: cooperação, ajuda, trabalho em comum.

Destaquei alguns trechos relevantes deste paradigma e que considero mais interessantes:
(...)
O mundo, naturalmente, não é um mar de rosas, e tende a predominar a esperteza burra de quem vê nos processos colaborativos uma oportunidade de aumentar as suas próprias vantagens: a colaboração, para esta gente, consiste em fazer com que os outros colaborem para os seus lucros. A visão da luta pela sobrevivência do mais apto está sem dúvida generalizada. Impregna a escola com as suas lutas pelo primeiro lugar ou a melhor nota, a competição pela sobrevivência que representa o vestibular, aparece em cada programa de televisão. A idéia é “vencer” os outros, ainda que a batalha seja fútil, e os resultados ruins para todos.
(...)

Hoje sem dúvida as grandes empresas de medicamentos têm entre elas arranjos colaborativos que lhe permitem realizar lucros fabulosos, ao restringirem acesso à livre fabricação de medicamentos, o que por sua vez permite elevar os preços. Os banqueiros no Brasil colaboram intensamente na manutenção de um sistema de restrição ao crédito, de juros elevados e de tarifas caríssimas, o que lhes permite drenar grande parte da riqueza produzida pela sociedade, sem precisar contribuir para produzí-la. Os grandes grupos da mídia colaboram com as grandes empresas que compram espaço publicitário, e adaptam o conteúdo da informação aos interesses empresariais. Os exemplos não faltam deste tipo de círculos fechados em torno de interesses minoritários.

Nem é preciso traçar mais comentários ...

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Vida simples*

Pensei em escrever sobre os assuntos recentes e notórios na mídia. No entanto, pensei que seria muito melhor falar de um homem, cuja vida foi de abnegação e humildade.
Todos sabem que a Idade Média foi marcada por batalhas sangrentas, que tinham a Igreja como patrocinadora dos combates. Neste cenário turbulento, houve um homem que abdicou sua riqueza material e seguiu os princípios do evangelho cristão. Francisco de Assis mostrou ao mundo que é possível ser feliz de forma simples. Ele não ergueu castelos, não criou comunidades e não se refugiou em mosteiros. Ele viveu livre, pregou por toda Europa, cuidou de enfermos e pobres.
Mas o que isso tem a ver com nossos dias? Penso que, assim como Jesus, Francisco e outros tantos nomes da nossa história, deixam ensinamentos pacifistas e despretenciosos. Não se trata de religião, ideologia ou doutrinação. É uma questão de alerta para os nossos dias em que há a imperativa competição, a ganância, a elevação do "ter", a banalização da verdade e dos valores humanos importantes na reconstrução de uma sociedade menos injusta.
Compreendi que, não é preciso deixar a família, vestir uma túnica amarrada à cintura, andar descalça e sair falando ao vento. Certamente vão pensar que a solução é um hospital psiquiátrico. É preciso mudar aos poucos a visão que você tem do "outro". É preciso equilíbrio, e não há receita. Eu tenho a fé como aliada!

*Este post é uma homenagem a meu pai Francisco (in memorian).